Quem diria que a superfície solar pareceria tanto com um pé de moleque?
Ou, quem sabe, ouro derretido?
… Manteiga.
Pipoca!
Como você pode ver, são inúmeras as comparações feitas por internautas em resposta às imagens obtidas pelo Telescópio Solar Daniel K. Inouye na última quarta-feira, dia 29.
Localizado na ilha de Maui, o também conhecido como DKIST é a ferramenta ideal para detecção remota de campos magnéticos. Com seus quatro metros de tamanho, ele é o maior telescópio solar do mundo, responsável por estudar a mais famosa super nova da Via Láctea: o sol.
“É incrível imaginar que estou vivo na mesma época onde eu consigo ver a superfície do sol pelo meu celular”, disse um usuário do YouTube.
Segundo o instituto local NSF (National Science Foundation), essa imagem cobre uma área de 36,5 × 36,5 km, ou 36mil metros. Ou seja: apesar de dar a impressão de pequenos flocos de milho derretendo entre si, estamos falando de uma distância quase cinco vezes maior do que a altura do Monte Everest, que tem 8 quilômetros e 848 metros.
Por Que Estudar a Superfície do Sol?
Observar as impressões digitais específicas de centenas de átomos e íons em toda a superfície e atmosfera solar nos ajudará a explicar a natureza dinâmica do comportamento do Sol.
Não é preciso dizer o quão importante ele é para nós, certo?
De qualquer maneira, é sempre bom lembrar que, mesmo longe (149.600.000 km), o Sol ainda mantém uma influência enorme sobre o nosso planeta.
A atividade no Sol, conhecida como clima espacial, pode afetar os sistemas na Terra. Erupções magnéticas no Sol podem afetar viagens aéreas, interromper comunicações por satélite e derrubar redes de energia, causando apagões duradouros e podendo incapacitar tecnologias , como o GPS.
Sem o calor e a luz do Sol, a Terra seria uma bola rochosa sem vida coberta de gelo devido a falta de aquecimento externo. O Sol aquece nossos mares, nossa atmosfera, organiza nossos padrões climáticos e dá energia às plantas que fornecem alimento e oxigênio para a possibilidade de vida terrestre. Tome Netuno como exemplo: o planeta gigante é o mais distante do Sol e não pode comportar vida como a conhecemos. A temperatura máxima local chega apenas a -200ºC.
Mesmo assim, ainda sofremos muito com a radiação ultravioleta. É claro que o Sol faz bem – mas isso não quer dizer que o excesso é considerado amigável. Muito pelo contrário. A radiação UV possui energia o suficiente para apresentar ameaças para o planeta; ameaças essas que são amenizadas pela proteção oferecida pela camada de ozônio. Considere-a o protetor solar natural terrestre, que infelizmente vem sofrendo ataques internos devido ao descuido da indústria e do próprio ser humano.
Estudos como estes realizados pelo telescópio do NSF são fundamentais para saber o quão comportada está a superfície do sol. Afinal, é melhor prevenir do que remediar, não é mesmo?
Estamos de olho em você, Sol.
Literalmente, mas não diretamente.
Foto: NSF