Há pelo menos dez anos, a internet vem se reinventando todos os dias. A fim de suprir as necessidades do ser humano, hoje em dia é possível fazer de tudo com um celular na palma da mão. É uma realidade palpável, literalmente.
E o fato de se reinventar agrega também o crescimento de redes sociais. A cada semana surge uma nova plataforma, todos os dias muito mais pessoas se conectam. Porém, como não se deixar levar pelo enorme fluxo de informações a que somos expostos a todo minuto?
Filtro. Com tudo tão fácil, é simples também selecionar o que manter e o que descartar. Não leva nem 10 minutos para adicionar interesses e excluir o que não agrada, sejam coisas ou pessoas. E, contraditoriamente, duas horas passam voando ao entrar no Instagram e ficar perdido nos vídeos do ‘descubra’.
São 1500 amigos no Facebook, mas você fala com todos? Ou estão ali apenas por um número? E quando se vê já passaram 6 anos e quem é aquela pessoa mesmo? As relações interpessoais estão escassas e a maioria se apoia na linha invisível que é o Wi-Fi ou o 4G.

Mas a internet é um lugar democrático. Qualquer pessoa pode publicar um vídeo, uma foto, um texto. Duas mil quaisquer outras pessoas podem dar um retorno (ou o que chamamos de feedback), compartilhando da mesma ideia que você ou te destilando comentários odiosos.
É também muito fácil criticar, perder a cabeça, afinal quem aquela pessoa acha que é para fazer uma publicação daquelas? De usar aquela foto? É muito rápido gostar e odiar. Por trás da pequena tela do celular qualquer um pode dizer o que quiser.
O filme Wi-Fi Ralph trata deste tema de um modo aberto. A personagem Yesss encontra o grandalhão na seção de comentários, totalmente abalado pelas palavras de ódio. É então que ela faz um discurso importante, que serve a todos nós, usuários assíduos de internet.
“Regra número um: nunca leia os comentários. Eu devia ter avisado. Olha, infelizmente as pessoas podem mostrar o seu pior aqui dentro, mas é só você ignorar. Isso não tem a ver com você, Ralph, tem a ver com eles.”
E são principalmente nestes comentários que usamos nosso filtro. Se nos deixarmos afundar no mar de ódio, não há saúde mental que aguente. É necessário estar na superfície e ouvir as críticas construtivas, mas todo o restante que trouxer algo destrutivo, a única opção é arrastar para a lixeira.
Enfim, a internet é um lugar de todos, mas também é terra de ninguém. É onde os grupos têm lugar de fala e ao mesmo tempo são taxados de militantes. ‘Força, ícone’, mas ‘não força muito, tá?’.