A dor que sinto no peito não se compara ao amor que sinto em viver.
Movimentos como o Outubro Rosa nos lembram o quanto a vida é delicada, sensível, importante. Bela. O uso de cores enaltece causas que se negam a abrir mão da esperança de que vale à pena existir. Ô se vale.
Nesses três meses consecutivos, do amarelo ao azul, aprendemos a parar a correria do dia a dia para dar atenção ao mecanismo funcional mais conhecido como corpo. Somos máquinas frágeis propensas à manutenção rotineira. Somos vítimas da exaustão, do excesso de trabalho e da falta de cuidado externo. Deixamos pequenas mudanças físicas passarem batidas por falta de tempo. Haja “vaidade”.
Com a desregularização do autocuidado, nossas engrenagens enfraquecem, abrindo espaço para o mal funcionamento. E mesmo assim, em seguida, entramos no mês de Outubro com o laço no peito e a melhor das intenções: a conscientização.
Globalmente, o câncer de mama é o tipo de câncer mais comum que afeta as mulheres. De acordo com as estatísticas mundiais do Globocan 2018 (BRAY, 2018), foram estimados 2,1 milhões de casos novos e 627 mil óbitos pela doença no ano passado.

É uma doença comum, uma doença constante; vemos de acordo com os números que existe uma necessidade enorme de lembrar a todas (e todos!) que a prevenção sempre será o melhor remédio. Ninguém é fraco demais por marcar uma consulta com especialista, tampouco há frescura perante um assunto tão sério. A saúde é nosso bem mais precioso.
“Foi como se eu estivesse vendo minha certidão de óbito. Talvez hoje não pensaria assim, fiz tudo o que foi preciso e claro, contei com muita gente maravilhosa.”
A conscientização vai além de panfletos e artes em redes sociais. Alertar os perigos de ignorar os sinais do corpo é uma das intenções de toda campanha que aborda a saúde, mas precisa-se ir além: indivíduos saudáveis podem e precisam oferecer apoio para aqueles que apreciam uma boa companhia.
É comum que um organismo debilitado afete o lado psicológico tanto de maneira química (desequilíbrio hormonal) quanto de maneira melancólica com sentimentos de derrota.
Não existe batalha perdida – existe a batalha e o quanto você está disposto a enfrentá-la de queixo erguido. É justamente por isso que vale lembrar que ninguém precisa fazê-lo sozinho.
A campanha de conscientização também luta por acesso a acompanhamento psicológico caso o mesmo seja necessário, assim como rodas onde sobreviventes compartilham suas experiências entre si, como é o caso de Neléia nesse artigo.
“Meu namorado na época ficava comigo nas internações e me levava para as sessões de quimio, a família dele, a minha família, meus amigos, o pessoal do trabalho e também os profissionais da saúde que são verdadeiros anjos nessa jornada.”
Uma doença com sinais tão superficiais é tratada de forma alta e clara: A quimioterapia é comumente conhecida por suas consequências notáveis, como a queda de pelos e a perda considerável de peso em alguns pacientes.
“Eu era caixa no Banco Real, perdi todos os pelos do meu corpo e então percebi como os cílios fazem falta” confirma Neléia, lembrando de sua rotina rumo a cura total.
O tratamento do câncer de mama classifica-se como sistêmico, ou seja, quando se utilizam quimioterapia, hormonioterapia e/ou terapia-alvo molecular e local; cirúrgico, radical ou conservador; e radioterápico.
Quando realizado antes da cirurgia curativa, o tratamento sistêmico é chamado de neoadjuvante e tem por objetivo eliminar possíveis micrometástases, que são células que escapam da mama para outros lugares do corpo. Mais uma vez vale ressaltar o quão importante é levar a sério qualquer sinal diferente que o corpo apresente.
O câncer é uma doença inquieta. As células cancerígenas se espalham pelo corpo, podendo agredir órgãos vitais se não tratado corretamente no tempo certo.
Como saber o tempo certo para tratar o câncer de mama?
Os sintomas dos tumores variam de pessoa para pessoa. Alguns sinais de alerta comuns incluem:
• Alterações na pele, como inchaço, vermelhidão ou outras diferenças visíveis em uma ou ambas as mamas
• Aumento no tamanho ou mudança na forma da(s) mama(s)
• Mudanças na aparência de um ou ambos os mamilos
• Secreção mamilar diferente do leite materno
• Dor generalizada em qualquer parte da mama
A prevenção é o melhor caminho, sempre.”
Todas as mulheres, principalmente aquelas com idade acima dos 40 anos, precisam tomar um dia na semana para realizar um autoexame frente ao espelho como consta na instrução da imagem abaixo.

Além disso, outras atitudes podem ser tomadas para cuidar do seu corpo e evitar complicações:
• Marque consultas no mínimo anuais com um ginecologista de confiança
• Faça exames de imagem
• Evite hábitos nocivos como o fumo
• Prefira uma dieta saudável
• Medite: o psicológico pode afetar seu organismo tanto de forma positiva quanto negativa.
• Evite se estressar demais desnecessariamente
“E converse com Deus, independente da sua religião”, conclui Neléia, livre do câncer de mama há 16 anos.
Link para PDF útil: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//a_situacao_ca_mama_brasil_2019.pdf
Links importantes:
https://www.einstein.br/doencas-sintomas/cancer-mama
Agradecimento especial a Neléia, que se dispôs a compartilhar seu depoimento com a equipe do 9noandar.