Sem muita novidade, o coronavírus voltou com força em toda a Europa. O frio do outono continua a movimentar a doença de modo veloz e os diagnósticos positivos têm um aumento diário. 

A chamada “segunda onda” começou aos poucos, no alto verão. Pessoas se descuidaram e as aglomerações também ganharam espaço. Mais ou menos em 23 de agosto a curva começou a subir muito timidamente. Entretanto, com a chegada das temperaturas mais baixas, foi quando realmente começou a se notar o retorno do vírus.

No boletim de casos mais recente liberado ontem (12) pelo jornal Corriere Della Sera, a Itália chegou em um milhão de casos, estando entre os dez países com mais pessoas positivas à doença no mundo. A lista pode ser acessada diretamente pelo Google e é composta por: 


1. Estados Unidos (10.637.421)
2. Índia (8.728.795)
3. Brasil (5.781.582)
4. França. (1.867.721)
5. Rússia (1.843.678)
6. Espanha (1.437.220)
7. Reino Unido (1.290.195)
8. Argentina (1.284.519)
9. Colômbia (1.174.012)
10. Itália (1.066.401)


Medidas de prevenção

Os países europeus adotaram medidas para tentar frear o contágio de modo mais veloz que da primeira vez. Como sempre, o uso de máscaras, higienização das mãos e mantimento do distanciamento social são imprescindíveis. Desde o último decreto italiano, liberado pelo presidente Giuseppe Conte, as medidas incluem também um suposto lockdown. 

Brenda Delgado, 26, residente nos arredores de Milão há um ano e meio, afirma que existem sim medidas, mas não tão drásticas como na primeira onda. “Penso que houve mais controle entre os meses de março e abril, a única coisa dessa vez é que as atividades comerciais não estão funcionando”. 

As pessoas não estão proibidas de saírem de casa, mas sem justificativa, não se pode deixar a cidade de residência. Novamente existe a autodeclaração, que indivíduos em situação de visita ao médico, trabalho ou compras em supermercado podem apresentar caso sejam parados pela polícia. Junto a isso, veio também a redução dos horários de restaurantes e pontos turísticos fechados. 

A mesma coisa ocorre em Portugal, por exemplo. Gabriela Conde, 24, reside no país vizinho há dois anos. Ela contou que o governo português adotou as medidas de segurança de modo muito mais rápido que lugares como França e Espanha, por exemplo. “É obrigatório usar máscara de proteção, tem álcool em gel em todos os estabelecimentos e, atualmente, é proibido circular de um distrito para o outro sem autorização”, explicou. 


Primeira onda x Segunda onda

Os primeiros casos europeus começaram por volta do final de fevereiro. O medo estava estampado em todos os jornais e nos rostos, afinal, era um inimigo que ninguém sabia combater. Foram dois meses de lockdown completo, só se podia sair para ir ao mercado, e isso ainda com restrição de entrada, sempre mantendo ao menos um metro de distância. Trens, metrôs e ônibus continham avisos de onde se podia sentar e qual assento deveria ser deixado livre.

Nesta nova onda, porém, as coisas estão diferentes. Brenda contou que as pessoas estão com menos medo desta vez, muito mais tranquilas. “Vejo pessoas nos parques a fazer uma caminhada, comprar café para levar embora, passear com os animais. Tudo parece normal”, disse.

Gabriela notou a mesma mudança em Portugal. “No início todos tinham medo e ficavam angustiados sem saber o que estava acontecendo. Atualmente as pessoas não estão ligando muito não, mas respeitam as normas de segurança porque são obrigatórias”.


Brasil x Itália

Como visto na lista acima, o Brasil é o terceiro do ranking com mais casos de coronavírus. Mas isso se deve também ao tamanho do território e número de habitantes. Segundo dados de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país tropical tem 211,8 milhões de pessoas, distribuídas por todos os 5.570 municípios. Já a nação europeia tem 60,36 milhões, em base aos dados de 2019 do Eurostat. 

O último boletim de alteração de casos do Brasil consta 33.922, contra 37.977 da Itália – segunda maior alteração diária desde o início da pandemia, a primeira foi em 07 de novembro, com 39.809. No território brasileiro, o maior pico diário se deu em 29 de julho, quando chegou a 69.074. 

Letícia Silva, 22, residente em Poços de Caldas (MG), contou que, do que ela observou, o vírus é um agravante da situação de saúde pública no Brasil. O cenário é aliado à desinformação pelas fake news e as constantes aglomerações, mesmo durante a quarentena. 

“No dia a dia, percebo que estão lidando com tranquilidade, como se nada estivesse acontecendo. Por mais que as medidas sejam reforçadas nos meios de comunicação ou redes sociais, grande parte do problema, creio eu, que seja pela negação da ciência, advinda inclusive de líderes políticos”, explicou. 


A vacina 

Domenico Arcuri, comissário da emergência coronavírus na Itália, afirmou numa coletiva de imprensa que está confiante de poder vacinar mais de um milhão de cidadãos ao fim de janeiro. Entre as primeiras pessoas que receberão a dose de imunidade estão as que trabalham na área da saúde e os idosos, que são mais frágeis. 

A farmacêutica norte americana Pfizer, em conjunto com a alemã Biontech, pretende iniciar a vacina nos cidadãos estadunidenses ainda neste ano. O presidente da companhia no território brasileiro, Carlos Murillo, acredita que 50 milhões de doses estejam disponíveis até dezembro, e em 2021 chegará a 1,3 bilhões para o mundo todo. 

Em questão de Brasil, Murillo afirmou que a empresa Pfizer e o governo brasileiro ainda estão em negociação, mas que estão “trabalhando fortemente para tentar acelerar a disponibilidade o mais rápido possível. A esperança é de contar com a vacina no Brasil no primeiro trimestre do próximo ano”. As informações são da Agência Brasil. 

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