Exatamente duas semanas após a eleição para prefeitos, hoje está ocorrendo o segundo turno em algumas cidades brasileiras. Para quem não sabe, o voto é obrigatório no território brasileiro, e quem não comparecer deve justificar a ausência para não conter débitos eleitorais.

Em São Paulo, a disputa está entre Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL). Enquanto o tucano tenta a reeleição, o outro concorre pela primeira vez. Serão quase 9 milhões de pessoas a exercer seu voto de cidadania apenas na capital. Uma eleitora que não quis se identificar afirma que já esperava esse segundo turno, pois ambos candidatos são muito populares e as opiniões estavam bem divididas. 

No litoral, Praia Grande e São Vicente entram na conta do dia de hoje. Na cidade mais antiga do Brasil, Kayo Amado (Podemos) compete contra Solange Freitas (PSDB). O município vizinho tem Raquel Chini (PSBD) e Danilo Morgado (PSL) para a prefeitura. Natália Camargo, 38, afirma que previa que a cidade fosse para o segundo turno. “Esperava exatamente esse resultado, infelizmente”. 

No Ceará, mais especificamente em Caucaia, segundo maior colégio eleitoral do estado, Naumi Amorim (PSD) e Vitor Valim (Pros) são os candidatos. A jovem eleitora Vitória Régia dos Santos, de 16 anos, conta que também esperava que o dia de hoje fosse obrigatório na cidade. “As pessoas aqui estavam bem indecisas. Um é o atual prefeito e o outro é do meio da polícia também”.

Outro estado do Nordeste que também está no segundo turno é Alagoas, com JHC (PSB) e Alfredo Gaspar (MDB). “O segundo turno era esperado, só não sabíamos quem exatamente disputaria. Tínhamos dois candidatos fortes e um terceiro cresceu muito, então a decisão acabou indo para os pênaltis (risos)”, informa Camila Moranelo, de 27 anos.

No sul do país, em Porto Alegre, Manuela D’Ávila (PCdoB) disputa contra Sebastião Melo (MDB). Luana de Paula Knabben, de 22, admite que não previa essa segunda fase com a Manuela por causa do cenário que o país está passando, mas que segundo turno sempre existe na cidade.

Coronavirus em época de eleição

Apesar do que parece, a pandemia ainda não terminou. Por isso, muitas pessoas estão com receio de sair de suas casas e enfrentar a aglomeração dos pontos de votação. É preciso reiterar o fato de que o coronavírus ainda existe no país, por mais que não se fale nele como antes. É importante também respeitar as medidas para evitar contágios. Coisa que não ocorre, por exemplo, em São Paulo e no Ceará.

“Aqui onde eu voto não tem prevenção nenhuma. As pessoas vão com máscara no queixo e não querem nem saber. Os mesários usam álcool gel, mas é tudo fechado, então não adianta muito. Ainda bem que onde eu voto não tem muita gente, senão eu teria muito mais medo”, conta a eleitora paulista. 

No nordeste, Vitória afirma que muita gente não respeita nem as indicações de ficar em casa e nem de usar máscara. Ela conta ainda que no primeiro turno não houve separação de horários para os idosos: todos foram ao mesmo tempo e virou uma confusão.

A mesma coisa acontece em Maceió, quando Camila afirma que o maceioense em si não tem muita visão do quão grave é o coronavírus e também não crê muito em sua existência, comportando-se como se não estivessem no meio de uma pandemia.

Gabrielli Monteiro, de 17 anos, também eleitora em São Paulo, mostra outro ponto de vista. “Entra um por vez, as pessoas levam sua própria caneta para assinar o caderno de votação. Existe um distanciamento social, mas depende da proposta de cada local”.

Em Praia Grande, Natália concorda. “Vi álcool em gel disponível e levamos as nossas canetas. Ninguém pega nosso documento de identificação, nós mesmos mostramos.” No Rio Grande do Sul, Luana declara que o coronavírus apenas serviu para mostrar que as pessoas não se importam com a política e não sabem a importância do voto, se aproveitam da facilidade de justificar. “Mas pelo menos onde eu fui, as filas e aglomerações estavam contidas e os locais foram bem higienizados”. 

A importância do voto

“Eu, como militante de esquerda e não me sentindo representada por nenhuma das chapas, mesmo assim decidir sair de casa pra votar no ‘menos pior’, porque acredito que a única voz que nós temos é o voto e que se não nos colocamos na linha de frente pra combater o obscurantismo, por exemplo, ele nunca será vencido. Então sim… O poder da escolha ainda está em nossas mãos!”, declara Camila.

Exercer seu direito de cidadão é importante. Existe aquela frase de “se você quer mudança, faça você mesmo”, e isso se aplica muito bem em época de eleição. O voto é aquilo que garante que a sua parte foi feita para a mudança que busca. 

Element5 Digital / Unsplash

“Temos que votar para não piorar o cenário que nos encontramos. É escolher com quem vamos brigar pelos próximos quatro anos. Muito difícil quando temos que escolher entre partidos e pessoas que não nos representam, mas é necessário”, afirma Natália. Vitória concorda com a frase e ainda complementa: é através desse voto que pode ser eleita a melhor pessoa pra cuidar dessa cidade. 

A votação vai até as 17h, por isso, não deixe de fazer a sua parte. 

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