É conhecido como procrastinação o processo de adiar o início ou o término de uma tarefa.

Deus (e minhas parceiras de redação) sabe o quanto eu procrastinei para chegar nessa primeira frase desse primeiro parágrafo de muitos que ainda estão por vir. Ouso dizer que ele (e elas) também sabe o quão perfeito esse tema caiu pra mim, afinal, procrastino tanto que acabei fazendo o mesmo com o deadline dessa postagem.

Bom, agora que estou aqui, vamos ao finalmente.

ATENÇÃO: procrastinar é uma prática arriscada, perigosa, viciante e de cunho auto-sabotativo. 9 a cada 10 médicos contraindicam a procrastinação como estilo de vida. O 1 que sobrou não respondeu às pesquisas pois estava procrastinando.

A vida é feita de deadlines.

Tudo o que fazemos pertence a uma cadeia de motivos que podem ser separados entre trivial, ocasional, importante e urgente, nessa ordem mesmo. Escovamos os dentes porque precisamos manter nossa boca saudável, do contrário perderemos todos eles. Por motivos de causa e consequência, nossa simples escovação dentária entra na ordem das tarefas importantes, ou seja, que precisam ser realizadas.

E até ela tem deadline.
Escovamos os dentes ao acordar, depois do almoço e antes de dormir.

Mas espera aí.
Existe alguém que, em sã consciência, procrastine para escovar os dentes?!

Não estou aqui para julgar, principalmente por entender o ponto de vista do procrastinador a níveis pessoais, mas não se preocupe: esse foi só um exemplo mínimo para chegarmos ao ponto que mais assusta qualquer indivíduo viciado em protelar.

As tarefas.

O terror do procrastinador

Sejam elas domésticas, profissionais ou pessoais, falar na palavra tarefa já causa uma série de sensações pouco agradáveis em qualquer pessoa. Existem coisas que precisam ser feitas na hora, principalmente no trabalho, onde sua participação é essencial para manter o fluxo de rendimento de toda uma empresa. É o famoso ou faz ou rua: uma condição bastante convincente para destronar qualquer procrastinador em potencial.

Chega a ser louco como alguns de nós somos movidos à base da ameaça, não acha?

É tão bom deixar-se levar pelas distrações da vida. De certo modo, escapulir daquela mesma linha de pensamento cansada garante uma quebra de rotina – algo muito procurado por quem deseja evitar o tédio.

Gabriel Chiconi, desenvolvedor, admite que grande parte de seu costume procrastinador vem de pequenas distrações. “Eu sei que eu não devo mas eu sempre acho que dá pra encaixar um pouco mais de lazer antes da responsabilidade, e às vezes eu tô errado”, assume.

Eu ainda vou além: acredito que estamos sempre errados quando se trata de conforto e tranquilidade. Deixar as coisas para cima da hora pode sim acabar em sucesso – mas sempre a duras penas. Quando desperdiçamos 24 horas úteis fazendo coisas triviais, acabamos por trocar o stress casual pelo stress 220. Entendeu? Vou te dar um exemplo.

Passei uma semana inteira focando em coisas banais ao invés de começar a escrever esse artigo aos poucos. Se tivesse escrito 5 parágrafos por dia, o que não deve levar nem uma hora, hoje teria ele completo e prontinho para ser entregue antes do tempo limite.

Por ter postergado como uma exímia procrastinadora, me vejo escrevendo às pressas (com uma baita dor no ombro) para entregar algo que vai sair daqui há… 16 minutos, para ser exata. São 11:44 da manhã e prometi entregar até o meio-dia. Já até sei que vou passar um pouco do tempo.

Tá amarrado em nome de nossa senhora da procrastinação

Ao procrastinar nossas tarefas, adiamos nosso stress. Para pessoas que lidam com a síndrome da ansiedade, por exemplo, quanto antes terminar um trabalho melhor. Deixar tudo para a última hora pode (e vai) acarretar em crises desnecessárias que poderiam ter sido evitadas com a devida organização.

Lembra da cadeia do trivial, ocasional, importante e urgente? É ela que vai te ajudar a chegar até o sucesso. Separando suas tarefas e necessidades por níveis, você consegue se planejar melhor e perceber que certas coisas são tão fúteis que só te fazem perder tempo.

Navegar pelo Facebook? Trivial.
Dar banho no cachorro? Ocasional.
Completar suas tarefas na empresa? Importante.
Resolver aquele problema que depende 100% de você? URGENTE!

E na linha da importância, é só inverter. Primeiro o que é urgente, depois o que é importante, enfim o ocasional e, por último, sobrando tempo, o trivial. Sem o trivial para te atrapalhar nas outras 3, prometo que algum tempo vai sobrar.

Já dizia o filósofo Mário Sérgio Cortella: Tem coisa que eu quero mas não devo, tem coisa que eu devo mas não posso e tem coisa que eu posso mas não quero.

Ah, como é fácil não querer trabalho!

“Às vezes é o famoso “tomando coragem” pra fazer, quando é algo que vai demandar muito tempo ou que seja trabalhoso” diz Diego Kassai, jornalista. “Eu fico achando qualquer outra coisinha pra fazer só para adiar o que eu realmente deveria fazer. Estou fazendo isso agora inclusive.”

De todos os males, a preguiça

“Eu procrastino por pura preguiça também” comenta Renata Sampaio, farmacêutica. “Se eu tenho uma coisa muito grande para fazer, que vai demandar muito trabalho e eu não tô muito a fim de fazer, eu procrastino.”

Eu procrastino, tu procrastinas, ele procrastina.

Talvez você até tenha deixado esse texto salvo para ler outra hora. Talvez alguém tenha até parado de ler no meio do caminho, o que na verdade é conhecido como leitura preguiçosa, que iremos retratar outro dia.

Mas se você chegou até aqui, parabéns. Só ladeira a baixo, né não? Nesse caso, vou ter o prazer de te apresentar o outro lado da moeda: procrastinar não é sempre ruim.

O professor de finanças e direito Frank Portnoy disse em seu livro (Como Fazer a Escolha Certa na Hora Certa) que agir mais tarde pode sim benéfico. Quando nos afastamos de um problema ou uma tarefa a ser realizada, nossa mente continua trabalhando para resolver tudinho. De acordo com alguns pesquisadores, distrações podem gerar insights principalmente se você atua na área criativa. Perder o foco pode sim ser um caminho para chegar a uma solução – desde que feito com qualidade.

Assim como tudo e qualquer coisa, distrações são boas desde que em quantidades controladas.

E para terminar, é sempre bom lembrar que vocês, que NÓS não estamos sozinhos! Segundo Adam Grant, professor de psicologia da Escola de Negócios Wharton, os melhores discursos da história foram reescritos no último minuto.

Mozart também procrastinava, compondo suas músicas de cabeça e só depois as registrava no papel. Beeem depois.

Por ter deixado várias obras inacabadas, há quem diga que Leonardo Da Vinci também sabia postergar como ninguém. Outras pesquisas também supõem que o pintor, inventor, engenheiro e toda profissão possível da época tinha Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, ou TDAH.

Fica claro que você não precisa ser hiperativo para procrastinar. Muito pelo contrário – a preguiça é um baita de um (des)estímulo para deixar tudo pra semana que vem, e que vem, e que vem.

Usando com moderação, que mal tem?

Chega de procrastinar! Vamos mudar isso!… mais tarde.
Afinal, isso é um problema para o eu de amanhã.

Fonte de apoio: Exame.com

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