Alguns de vocês devem ter lido a “parte um” desta matéria, que até então não teria outros pedaços. Mas no meio de conversas com uma antiga professora, ela deu a ideia de “por que não fazer uma segunda parte?” E realmente, por que não? Por isso, vos apresento: os (bons) costumes italianos, parte 2 – com participação das minhas falas no meio do texto, que vocês já devem ter percebido que são muito recorrentes. 

Os primeiros temas abordados foram: pizza, macarrão, gelatos, nomes masculinos, a arborização, lugares pet friendly, segurança e idosos – sim, idosos. Confesso que não terão muitas novidades, até porque esse ano foi regado de coronavírus, quarentena e proibição de sair de casa. Mas durante os meses no trabalho deu pra ver algumas coisas inusitadas.

A Itália é muito particular sobre interfones e campainhas. Não sobre os objetos, em si, mas sobre os nomes neles. É muito difícil ter os números dos apartamentos escritos, então se a pessoa receber uma encomenda, a caixa de correio vai ter o nome dela e não o apartamento que ela mora. Mais humanidade, talvez?

Mas ainda assim é meio difícil e vou explicar o porquê: em todas as regiões existem sobrenomes comuns. Por exemplo, o Silva no Brasil corresponde ao Sala na província de Monza. E algumas pessoas só colocam “Sala”, sem o primeiro nome, e é fácil encontrar três caixas de correio no mesmo prédio nomeadas da mesma forma. Imagina a confusão dos carteiros. E quando colocam o primeiro nome, é bem normal também encontrar só a primeira letra. Como assim? Se a pessoa chamar Giovanni Sala, é normal que a caixa de correio esteja escrita “Sala G.” É, o sobrenome vem primeiro para identificação.

Também é relativamente fácil saber de onde vêm os sobrenomes. Durante as ruas que passava durante o trabalho, encontrava alguns como “Milanese”, Siciliano”, “Romano” e etc… Esses são bem auto explicativos, se for ver. Mas também aprendi a identificar alguns outros. Por exemplo, o sobrenome Russo vem do sul da Itália, já Ferrari é mais difundido no norte. 

Outra coisa bem comum no norte do país (atenção ao destacado porque no sul não tem) são as fontes de água. É água mineral? Não sei. Eu bebia mesmo assim? Sim. Mas não só eu. Todos bebem, enchem as garrafas, levam os cachorros… E o melhor: de graça. Quase toda praça ou parque tem essas fontes. Acho que por causa da proximidade com a Suíça, a água vem dos Alpes e está sempre fresquinha, mesmo no alto verão. Mas eu digo que não sei se é mineral porque toda água na Itália tem muito calcário – acho que na Europa inteira.  Inclusive, se você beber apenas dessa água, a longo prazo podem surgir pedras nos rins. E para lavar o cabelo é um desastre…

Se você não confia nessas fontes, sempre dá pra comprar uma garrafa. Os Acqua Points vendem água mineral e/ou gaseificada por um preço muito em conta. Imagine pagar dez centavos para encher uma garrafa de dois litros. Perto da minha casa tinha um parque com esse ponto de distribuição, toda semana eu ia lá com meus humildes 50 centavos e voltava com dez litros. Muito melhor que comprar no mercado e pagar três euros, vamos combinar. 

Falando em mercado, uma coisa que esqueci de falar foi sobre as frutas. NUNCA no tempo que morei na Itália peguei uma fruta ruim ou estragada – e eu morei lá por mais de um ano e comprava frutas duas vezes por mês. As bananas não têm variedade, elas chamam só banana. Não é igual aqui que existe a maçã, prata, nanica, da terra… Lá as uvas têm gosto de vinho e não, não é ao contrário. Todas sempre muito doces. Os morangos também. Eu, uma aficionada por morangos, comprava sempre que era época. E simplesmente nenhum estragado ou azedo. Até o menos doce era possível de comer sem qualquer tipo de complemento adocicado. Sério, muito gostosos MESMO. 

Mas como eu disse, não teria muito mais o que falar, já que fiz aquele primeiro texto como único e abordei quase todos os temas curiosos (desculpa, sou ansiosa). Se for programar sua viagem para a Itália – que eu espero que você espere um pouco por causa do corona – pelo menos já tem algumas dicas, né?

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