Reconhecida, também, como a heroína dos dois mundos
Valente, destemida, sagaz e inteligente. Esses são alguns dos atributos de Ana Maria de Jesus Ribeiro, ou como é conhecida: Anita Garibaldi. Esta dádiva é uma das pessoas mais importantes da história do Brasil, tendo participado de diversas batalhas no país, como a Batalha dos Curitibanos e sendo uma das revolucionárias na Guerra dos Farrapos (Revolução Farroupilha), e não poderia ficar de fora do especial Dádivas Brasileiras.
Na Guerra dos Farrapos, que aconteceu no Rio Grande do Sul entre os anos de 1835 e 1845, os republicanos estavam contra o governo imperial do Brasil e lutavam por seu fim. Antes de entrar na Revolução, Anita teve uma vida bem humilde: nasceu em Morrinhos do Mirim, município de Laguna, Santa Catarina, em 1821. Com o falecimento de seu pai, Anita, aos quatorze anos, foi obrigada a se casar com o sapateiro local. O casamento durou apenas três anos, pois seu marido alistou-se no exército imperial.
Sempre independente e determinada, defendendo e participando de questões que promoviam liberdade e justiça, descobriu que estava sendo criado um movimento republicano chefiado por Bento Gonçalves da Silva no Rio Grande do Sul. Em 1939, o movimento republicano tornava-se a Revolução Farroupilha e chama a atenção de Giuseppe Garibaldi, general italiano que chegara ao Rio de Janeiro após lutar pela unificação da península itálica sob forma de república e ser condenado à morte. O general, vindo ao Brasil em busca de exílio após refugiar-se na França, junta-se à Bento Gonçalves e segue para a cidade de Laguna, em Santa Catarina, para a ampliação da República.
Neste tempo, Anita aprende a manusear espadas e armas de fogo para lutar na Revolução. Em ação conhece Giuseppe Garibaldi na cidade catarinense, onde apaixonaram-se a primeira vista. Durante a batalha, Anita não media esforços, tendo carregado e disparado canhões e lutado no combate em Imbituba, também em Santa Catarina. Logo em seguida, Anita e Giuseppe embarcam para uma expedição até Cananéia e desde então, ficam unidos em qualquer situação.
“Não tenha medo de viver, de correr atrás dos sonhos. Tenha medo de ficar parado”.
Anita Garibaldi
Capturada grávida
Ao retornarem, o casal participa da Batalha de Curitibanos e Anita é capturada pelas tropas que representavam o Império brasileiro. Durante sua ‘prisão’, ela é enganada e informada que Garibaldi havia falecido em combate. Não acreditando na história, Anita escapa nadando pelo rio Canoas e busca refúgio com alguns revolucionários. Após alguns dias, consegue localizar Garibaldi na cidade de Vacaria, no Rio Grande do Sul. Ela realizou a fuga estando grávida de seu primeiro filho.
Em 1841, Anita e Garibaldi seguem para Montevidéu, Uruguai, aonde apoiam a revolta contra o ditador uruguaio Fructuoso Rivera. No ano seguinte, os revolucionários casam-se na paróquia de San Bernardino. Em 1847, o casal viaja para a Itália e continuam envolvidos nas guerras de unificação do país, porém, a batalha é perdida e são obrigados a fugirem de Roma junto com um exército de quatro mil soldados.
Ao chegarem na Suíça, disfarçados de soldados, foram para a cidade de San Marino onde receberam um salvo-conduto da embaixada norte-americana, porém, não aceitaram por temerem que isso poderia impactar negativamente o processo de unificação. Assim, continuaram a fuga.
Anita estava grávida de seu quinto filho e adoeceu durante a viagem. Ela não resistiu a uma grave crise de febre tifoide e faleceu nos braços de Giuseppe Garibaldi, em 04 de agosto de 1849, aos 28 anos, na cidade de Mandriole, Itália. O revolucionário não pode acompanhar o sepultamento de Anita pois estava fugindo de soldados austríacos e assim, foi para o exílio, ficando dez anos fora da Itália.
Em 1932, o corpo de Anita Garibaldi foi transferido para a colina de Gianicolo, em Roma, aonde foi erguido um monumento em sua homenagem. A casa da revolucionária, localizada em Laguna, Santa Catarina, foi transformada em museu aberto e reúne o acervo de batalhas e objetos que pertenciam a Anita.
Heroína
Anita Garibaldi é conhecida como heroína dos dois mundos por ter lutado em inúmeras batalhas no Brasil e na Itália. E desde 2012, é reconhecida – oficialmente – como a heroína do Brasil no Livro dos Heróis da Pátria. Seu nome foi esculpido em aço ao lado de nomes importantes da história brasileira, como Dom Pedro I, Tiradentes e Santos Dumont.
Via Infoescola
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