É muito comum ver palavras bonitas de apoio e auxílio emocional nos dias de hoje. É mais comum ainda ver pessoas pedindo esse auxílio – afinal, o mundo está tão caótico que os gatilhos estão sempre ao nosso lado. Talvez tudo isso tenha ganhado mais força nas eleições de 2018, na campanha “ninguém solta a mão de ninguém”.
Mas mais ainda que esse apoio psicológico, há quem não tenha nem um pingo de responsabilidade social. Há quem não se importe com os sentimentos dos outros. E, nessa pandemia, há cada vez mais pessoas fazendo o que bem entendem sem nem se importar se estão colocando pessoas em risco com atitudes impensadas. Com o egoísmo de fazer o que quer.
O que deveria ser ao contrário. Tantas pessoas perderam entes queridos por culpa do vírus, mas é muito fácil quando ninguém no nosso círculo social tenha ficado doente. Isso não se aplica só ao momento atual, porém. Quantas vezes já não nos pediram boas vibrações e fingimos essa entrega de energia?
Cada dia a natureza produz o suficiente para a nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não haveria pobreza no mundo e ninguém morreria de fome.
Mahatma Gandhi
E há sempre aquela frase “ponha-se no lugar de fulano”. Quer algo mais sobre empatia do que isso? Colocando-se no lugar do outro, é possível, pelo menos, imaginar as dores e sofrimentos dos quais aquela pessoa está passando. Claro, você não vai sentir a dor no seu peito – e há quem sinta -, mas demonstrar que você está ali como um apoio não faz mal a ninguém. Quantas amizades podem ser feitas a partir deste primeiro contato?
É difícil algo fortificado surgir nos dias de hoje. Todas as relações estão muito líquidas, escorrendo pelos dedos. É como diz Bauman, a modernidade realoca e distribui toda a força do derretimento. Os padrões de relacionamentos vão sendo destruídos com as marteladas modernas. Hoje, você está ao lado de alguém. Amanhã não mais.
Pode ser ação do tempo levando as vidas para rumos diferentes, mas pode ser que vocês nunca tenham estado no mesmo lugar. Talvez por isso valorizemos os amigos que estão por perto em qualquer momento. Ou, talvez, devêssemos valorizá-los mais. Já é complicado achar alguém com quem contar e ainda damos essa bola fora?
Não é preciso ter medo de demonstrar carinho ou cuidado. Uma palavra amiga, um pensamento positivo com boas vibrações, um olhar – e, em tempos fora de pandemia, um abraço também -, tudo isso pode demonstrar que você está ali. Não parece, mas a empatia também começa aos poucos. Um passo de cada vez para o mundo conseguir andar rumo a um lugar melhor.