Baixa autoestima, insegurança, complexo de inferioridade, medo de ser rejeitado, criticado, de não agradar e de se expressar são alguns sentimentos encontrados em uma pessoa que precisa ser aprovada por todos a sua volta.
Quando obtemos a aprovação dos outros, sentimos que somos bem aceitos, amados e reconhecidos. Talvez, essa sensação de pertencimento é o que faz as pessoas quererem tanto esse ‘selo de aprovado’.
Está tudo bem querer ser aceito, não tem nenhum problema. A questão é quando as pessoas vivem em torno disso e necessitam dessa aprovação para viverem bem ou sentirem-se felizes.
Para a psicóloga Claudia Cruz de La Libra e Silva, do site Psicologia Acessível, essa necessidade pode beirar a dependência emocional. “A necessidade de ser aceito e amado por todos traz consigo distorções cognitivas como a leitura mental – a preocupação com que os outros podem pensar ao seu respeito – e a rotulação – Atribuir para si mesmo traços negativos”.
Quando uma pessoa precisa muito da aprovação das demais, ela pode ter algumas questões emocionais que resultam nessa necessidade. Por exemplo, o medo. Esse sentimento pode desencadear alguns pensamentos que, juntos, tendem a fazer com que a pessoa ache que precise de aprovação.
Diversos sentimentos relacionados à aprovação afetam diretamente a autoestima da pessoa. A busca constante por isso pode chegar em um nível extremo: quando passamos por cima das nossas vontades e necessidades em troca de sermos bem vistos.
A estudante de administração, Lara Freitas, comenta que essa questão de ser aprovada sempre esteve presente em sua vida. “Na escola, eu sempre quis ser aceita para fazer parte de um grupo. E para eu continuar no grupo, muitas vezes, omitia o que eu realmente pensava sobre as coisas. Talvez, eu tivesse medo de falar as coisas e ser rejeitada”.
De acordo com a psicóloga Claudia Cruz, em seu texto, quando a pessoa tem a necessidade de aprovação ela torna-se passiva em suas opiniões e decisões. “Sua vida passa a ser direcionada através dos olhos de outras pessoas. Dificuldades em dizer não, em contrariar a opinião de outra pessoa”.
Segundo a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), essa aprovação está enraizada em uma crença irracional de que para ser feliz a pessoa precisa que todos gostem dela ou que ela precisa ser amada e ter a aprovação por todos em sua volta.
“As crenças irracionais são interpretações ilógicas e distorcidas da realidade. Esses padrões de pensamentos disfuncionais e pouco saudáveis são capazes de desenvolver problemas psicológicos”, explica a psicóloga. As crenças irracionais estão presentes em diversas culturas, sendo questões universais.
Não devemos pautar nossas ações buscando aprovação dos insensatos, pois isto seria uma prova de nossa insensatez.
Sócrates
Como não precisar de aprovação?
A primeira coisa que pode ser feita é a pessoa se colocar em primeiro lugar, saber quais são suas necessidades, seus objetivos e como pode alcançá-los. Quando a pessoa se conhece melhor, encontrará outras pessoas que a aceitarão da forma que é. .
Não tente ser quem você não é. Ás vezes, nós fingimos gostar de algo só para poder nos aproximarmos de pessoas. Um dia, essa amizade vai se tornar cansativa, porque a pessoa não gostará de você do jeitinho que é e, sim, do personagem que você criou.
E por último, mas não menos importante, nunca deixe de se expressar. Fale o que você pensa, mas cuidado para não machucar os outros, seja gentil. Lembre-se que há diferença entre ser honesto e ser maldoso.
“Desde que comecei a me colocar em primeiro lugar, saber o que quero, eu não sigo buscando a aprovação de ninguém. Minha roda de amigos ficou menor, mas não tenho a sensação de estar me diminuindo para caber em lugar nenhum”, finaliza Lara que ainda trabalha a sua autoestima.
Fonte de apoio: Psicologia Acessível
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