Faz dez anos que a cantora norte-americana Lady Gaga estreou seu terceiro álbum, o famoso Born This Way (“nascido assim”, em tradução livre). Lançado em 23 de maio de 2011, o compilado de músicas traz uma reflexão sobre se aceitar e ser quem você é. Ícone pop, nada melhor que celebrar o mês da visibilidade LGBTQ+ falando um pouco sobre um dos álbuns mais bem reconhecidos da artista.
Como a própria cantora define, a obra é o hino dessa geração. Mesmo hoje, dez anos depois, não existe uma pessoa sequer que nunca tenha ouvido pelo menos uma faixa do álbum. “[O álbum] tem as melhores músicas que eu já escrevi na minha vida. Eu prometo pra vocês que esse é o melhor da minha carreira”, afirmou a cantora um pouco antes do lançamento.
E Lady Gaga não estava errada. Foi um marco tão grande que quatro dos cinco singles estrearam no top 10 da Billboard Hot 100. A faixa que deu nome ao álbum foi a música mais rápida da história a ter um milhão de cópias vendidas e ficou na primeira posição por seis semanas consecutivas.
As músicas de Born This Way
Como o álbum fala sobre aceitação, o conteúdo das letras não poderia ser diferente, mesmo que nem todas tenham essa mesma temática. Apesar disso, o conceito da obra completa é um movimento a favor da “libertação” de si mesmo. Para a composição das músicas, Lady Gaga foi inspirada majoritariamente por Whitney Houston, Bruce Springsteen e Madonna, mas sem deixar de lado Queen, Iron Maiden e Kiss.
A primeira faixa, Marry the Night, é representada como uma homenagem à cidade de Nova Iorque, onde a cantora nasceu. Born This Way é sobre todas as pessoas serem iguais, independentemente de raça, orientação sexual ou crença e que cada um pode seguir seu sonho de ser o que realmente é. Judas foi uma das músicas que mais trouxe polêmica para a carreira da artista. Lançada perto da Semana Santa, a Igreja Católica viu isso como uma afronta. Lady Gaga confirmou ter sido influenciada pelo nome de Judas Iscariote, mas o contexto é sobre “abraçar sua própria escuridão para que seja possível ver a luz novamente”.
Americano foi escrita em inglês e espanhol, abordando os temas sobre imigração e os direitos da comunidade LGBTQ+. Hair é uma das músicas mais sentimentais do álbum. Com uma melodia um pouco voltada para o rock, a letra fala sobre a infância de Gaga e sobre a escola católica, onde a única coisa que ela podia mudar era seu cabelo. Ou seja, a moral da música é sobre poder ser livre e não receber julgamentos. Scheiße tem uma pegada mais militar e tem a letra focada no feminismo. Bad Kids também fala sobre a infância e ser uma criança rebelde e a baixa autoconfiança que isso implica na maioria das vezes.
The Queen é uma música mais auto explicativa, onde Lady Gaga considera-se a rainha da própria vida e de si mesma. Yoü and I foi feita para um ex-namorado da cantora e o contexto é sobre o amor entre duas pessoas. The Edge of Glory também é outra música sentimental, sendo o sentimento ampliado pelo saxofone e a letra, que a cantora escreveu após a morte de seu avô.

Turnê Born This Way
A Born This Way Ball Tour começou em abril de 2012 e contou com 98 datas a partir de então. Foi a primeira vez que Lady Gaga levou a turnê para locais como América Latina, Sul da Ásia e África do Sul. Um crítico da MTV pontuou que a artista se superou ainda mais do que na Monster Ball Tour em questão de espetáculo, vocal e cenário.
Ainda, nas entre-músicas, Gaga geralmente fazia discursos sobre aceitação, inclusão, tolerância e empoderamento, além de dançar a noite inteira sem ligar para o criticismo da sociedade, o que ela já traz nas músicas do álbum. Quase um ano depois, em fevereiro de 2013, pouco antes das últimas datas a artista teve de cancelar a turnê por causa de um problema no quadril que, mais tarde, a fez passar por uma cirurgia.
Reedição
Para celebrar os dez anos do Born This Way e o mês da visibilidade LGBTQ+, o Born This Way Reimagined está previsto para ser lançado em 18 de junho com seis faixas cantadas por artistas que fazem parte da comunidade. São elas as músicas Marry the Night, Judas, Highway Unicorn (Road to Love), Yoü and I, The Edge of Glory e Born This Way (the Country Road Version). A versão de Judas, por Big Freedia, está disponível no Spotify e no site oficial da cantora.
Aproveitando a data comemorativa, que tal ser você mesmo? Não há espaço para julgamentos aqui na nossa redação. E aproveita também para dar um streaming no álbum e deixar-se emocionar.