Há exatamente duas semanas, no dia 26 de Outubro, a NASA fez a incrível descoberta que balançou a comunidade científica: moléculas de água na área iluminada da superfície da lua.

Mas espera aí… isso já não aconteceu antes?

Se você sentiu um dejávù assim que ouviu falar nessa notícia, não se preocupe. A primeira evidência direta de vapor de água perto da Lua foi descoberta em 1971 por astronautas da missão Apollo. Uma série de explosões de íons de vapor de água foram observadas pelo espectrômetro de massa do instrumento na superfície lunar perto local de pouso da Apollo 14.

As erupções duraram 14 horas, disseram os cientistas envolvidos na descoberta da época, e ocorreram com uma série de pequenos terremotos. As nuvens de vapor de água se espalharam para cobrir uma área de cerca de 100 milhas quadradas.

Sendo assim, qual a diferença de 49 anos atrás para os dias de hoje?

A resposta é simples e direta: nunca fora comprovada a existência de moléculas de H2O no lado iluminado pelo sol.

Então voltamos para a pergunta inicial:

O que isso significa?

O Observatório Estratosférico de Astronomia Infravermelha da NASA (SOFIA) confirmou, pela primeira vez, a presença de água na superfície lunar iluminada pelo sol. Essa descoberta indica que a água pode estar distribuída pela superfície lunar, e não apenas limitada a pontos frios e sombreados.

SOFIA detectou moléculas de água (H2O) na Cratera Clavius, uma das maiores crateras visíveis da Terra, localizada no hemisfério sul da Lua. Observações anteriores detectaram uma forma de hidrogênio, mas não foram capazes de distinguir entre água e seu parente químico próximo, a hidroxila (OH). Dados extraídos desse estudo revelam água em concentrações de 100 a 412 partes por milhão – o equivalente aproximado de uma garrafa com 0,354882 litros, ou 354,882 mililitros. É muito pouco, mas é o suficiente para animar a galera da ciência.

Essa pequena quantidade de água está presa em um metro cúbico de solo espalhado pela superfície lunar. Os resultados completos foram publicados na última edição da revista Nature Astronomy.

“Tivemos indicações de que H2O – a água familiar que conhecemos – pode estar presente no lado iluminado da Lua”, disse Paul Hertz, diretor da Divisão de Astrofísica do Diretório de Missão Científica na Sede da NASA em Washington. “Agora temos certeza que ela está lá. Essa descoberta desafia nossa compreensão da superfície lunar e levanta questões intrigantes sobre recursos relevantes para a exploração do espaço profundo.

É pouca água pra muita lua

Se você já achou os números pequenos, veja só essa comparação feita no press release da NASA: o deserto do Saara tem 100 vezes a quantidade de água que o SOFIA detectou no solo lunar.

Porém, isso não é motivo para ninguém se desapontar. Apesar das pequenas quantidades, a descoberta levanta novas questões sobre como a água é criada e como ela persiste em superfícies ásperas e sem oxigênio.

A descoberta da água na Terra

Foi o químico Henry Cavendish (1731 – 1810) quem descobriu a composição da água ao fazer experiências com hidrogênio e oxigênio. Curioso como todo bom cientista, Cavendish misturou os dois elementos para criar uma explosão, também denominada efeito oxi-hidrogênio. Já em 1811, o médico italiano Amedeo Avogadro finalmente encontrou a fórmula H2O para identificar a água como a conhecemos.

Quimicamente falando, uma molécula de água é composta por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio. Um único átomo de oxigênio contém seis elétrons em sua camada externa, que pode conter um total de oito elétrons. Quando dois átomos de hidrogênio estão ligados a um átomo de oxigênio, a camada externa de elétrons de oxigênio é enfim preenchida.

Normalmente falando, a água é simplesmente incrível. É o único elemento que existe em nosso planeta em estados que variam entre sólido, líquido e gasoso. São essas propriedades especiais que tornam a água tão fascinante e tão importante para todas as criaturas vivas.

Isso quer dizer que existem seres vivos habitando nosso satélite natural?
Tá aí uma ótima pergunta… pra uma outra hora.

Fonte: NASA.gov

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