Durante a quarentena iniciada em março muitas pessoas descobriram talentos novos como forma de passar o tempo. Alguns iniciaram a fazer crochê, outros começaram a trabalhar com artesanato, mas a grande maioria optou pela culinária.
As páginas do Facebook e perfis no Instagram quase se tornaram cardápios de restaurantes, que ou dava água na boca ou subconscientemente incentivava aos os outros para que também tentassem.
Antigamente – mas não muito tempo atrás -, apenas por senso comum, as pessoas costumavam dizer que cozinhar era terapêutico, mas nos últimos anos a ciência começou a corroborar com esta afirmação. Tanto é verdade que surgiu a prática terapia culinária, que bem como o nome diz, é quando os níveis de estresse reduzem ao estar na cozinha.
Um estudo de 2016 publicado no The Journal of Positive Psychology afirma que engajar-se em uma atividade que estimula a criatividade ativa os sentimentos positivos. Dentre as práticas, foi listada a terapia culinária.
Muitas pessoas aprenderam a cozinhar algo quase do zero, mas a maioria apenas aperfeiçoou os dotes já existentes. Raul Vitor Ferreira, de 26 anos, contou que na cozinha fazia apenas coisas básicas como arroz, feijão e alguma carne, mas durante o isolamento aprendeu pratos como pão, yakissoba e massa de pizza.
“No geral decidi aprender outras coisas para gastar menos dinheiro com delivery e pra distrair um pouco a mente durante esses meses sem fim de distanciamento social”, afirmou ele.

Já Marcelo Lopes, 23, aprendeu a cozinhar quando tinha 10 anos e nunca parou. Entretanto, durante a quarentena resolveu explorar mais esse lado e o primeiro prato que fez foi escondidinho de berinjela com carne de soja.
“Cozinhar é algo que você pode inovar sempre. Não é aquela coisa maçante que todo dia é igual. Me faz ter vontade de cozinhar para outras pessoas. Esses dias mesmo fiz um almoço na casa da minha namorada com o pai dela e todos adoraram”, contou satisfeito.
Eduarda Zungalo Quintal, estudante de 22 anos, também aprimorou suas receitas. Ela está em transição para o veganismo e afirmou que o tempo de sobra nessa quarentena fez com que ela testasse coisas novas.

“Gosto muito de fazer doces, mas o que me deu mais satisfação foi aprender a fazer bolo. Eu sempre errava nos bolos normais, mas os bolos veganos eu estou acertando em fazer”.
A culinária parece ser o que mais deu certo durante esses meses de isolamento social. Muitas pessoas até mesmo começaram a investir em suas próprias lojinhas virtuais como uma fonte de renda extra, contando com entregas para facilitar a vida das outras pessoas. Como aquela frase popular “é melhor ter um pássaro na mão do que dois voando”, o 9noandar parafraseia a citação dizendo “é melhor ter um delivery pra pagar no cartão do que dois faltando”.