Queimadas no pantanal Matogrossense bateram recordes nos meses de julho e agosto, período de seca na região. São mais de 2 milhões de hectares consumidos pelo fogo, acima de 12% do território total. O clima chuvoso chega apenas em outubro, preocupando ambientalistas em relação ao alastramento da devastação.
Não é só a flora que sofre uma perda terrível neste exato momento: grande parte dos animais locais está fugindo para a área urbana, muitos feridos e com poucas condições de sobrevivência fora de seu habitat natural.
Na foto acima, a fumaça vista sobre a área do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul chegou no Paraná no começo dessa semana. Segundo uma matéria especial realizada pelo National Geographic, pesquisadores apontam avanço do desmatamento no pantanal e na Amazônia, ocasionado pela mudança no regime de chuvas devido a pior seca que a região teve nos últimos 47 anos.
A causa do fogo
O aquecimento gradual da superfície da Terra é causado pela atividade humana, principalmente a queima de combustíveis fósseis que bombeiam dióxido de carbono (CO2), metano e outros gases de efeito estufa na atmosfera.
Os efeitos na natureza são irrefutáveis. Dentre eles estão:
• Aumento nas temperaturas médias e desregulação da temperatura
• Eventos climáticos extremos (muito quente, muito frio)
• Derretimento das calotas polares
• Instabilidade nos níveis do mar e acidificação do oceano
Tais efeitos sobre os ecossistemas da Terra são profundos e generalizados. De acordo com um relatório da Academia Nacional de Ciências (EUA), muitas espécies de plantas e animais já estão mudando de localização para o norte ou para altitudes mais elevadas como resultado do aquecimento das temperaturas. Muitos mal sobrevivem mudanças ambientais, acarretando na extinção de espécies outrora ameaçadas. Um exemplo é a arara-azul, que mesmo recém tirada da lista de espécies ameaçadas, corre risco de voltar à estaca zero.
Com a perda das árvores durante queimadas, o gás carbônico se propaga de maneira desimpedida pela atmosfera, piorando ainda mais a condição da camada de ozônio, região da estratosfera terrestre que absorve a maior parte da radiação ultravioleta do Sol. Árvores são essenciais na absorção do gás carbônico (CO2) para liberação de oxigênio: o ar puro que respiramos.
Os culpados pela devastação
A pecuária e a agricultura desenfreada são grandes nomes na destruição da flora local, secando nascentes e assoreando rios. Logo em seguida vem a instalação de hidrelétricas, que podem provocar mudanças no fluxo natural das águas.
A importância do pantanal
Considerado Patrimônio Nacional pela Constituição Federal e Patrimônio da Humanidade e Reserva da Biosfera pelas Nações Unidas (ONU), estamos falando de uma região extremamente importante para o nosso país e para o resto do mundo por razões econômicas e de sobrevivência no geral. A região ocupa parte dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, estendendo-se por países vizinhos (Bolívia e Paraguai).
O bioma Pantanal é o detentor de uma das maiores áreas úmidas continentais do planeta, que o caracteriza como o reino das águas. – AqueleMato.org
Seu reservatório natural é vital para o suprimento de água, assim como a estabilização do clima e a conservação do solo.
Um rico habitat
Já foram registradas pelo menos 4.700 espécies de animais, incluindo plantas e vertebrados. Desse total, 3.500 são espécies de plantas (árvores e vegetações aquáticas e terrestres), 325 peixes, 53 anfíbios, 98 répteis, 656 aves e 159 mamíferos. (Mittermeier, 2002; PCBAP, 1997; Azurduy ed., 2008)
Incluindo nós, seres humanos, são 4.701 espécies em risco perante a situação atual.
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